Um mundo sem abelhas
Segundo um estudo da National Geographic, nos últimos 15 anos os apiários têm vindo a desaparecer como consequência de um fenómeno conhecido como “Distúrbio do Colapso das Abelhas”. Em algumas regiões, este problema levou a perdas de quase 90% da população de abelhas.
Que problemas poderemos enfrentar num mundo sem abelhas?
Começando por uma das maiores e mais visíveis adversidades – a diminuição de alimentos. As abelhas são essenciais para a polinização – 75% de toda a alimentação humana depende direta ou indiretamente da polinização por abelhas, outros insetos e/ou pássaros, sendo, por isso, indispensáveis à sobrevivência do planeta. (DW – Os impactos da redução de polinizadores na indústria)
Emma Taliaferro, da City Growers (uma organização filantrópica sem fins lucrativos que dá aulas sobre temas relacionados com agricultura e sistemas alimentares aos jovens de NY) refere que só as abelhas melíferas “ são responsáveis por 1 em cada 3 porções de alimentos” – o que corresponde sensivelmente a que cada pessoa deixar de poder usufruir de 1/3 da sua alimentação diária.
A acrescer a isto, o desaparecimento das abelhas ocasionará uma profunda mudança no tipo de vestuárioque usaremos dado que muitas fibras naturais – nomeadamente o algodão, o linho e a juta – irão sofrer as consequências da falta de polinizadores. Na mesma ordem de ideias, é importante referir que isso irá afetar todos os espaços verdes, desde os bosques, aos parques, assim como todos os pequenos animais que deles dependem.
Além da importância das abelhas para as mais variadas culturas a nível mundial, o seu desaparecimento irá também afetar a disponibilidade de laticínios, desde o simples leite, passando pela manteiga e demais derivados lácteos. As vacas leiteiras são, por norma, alimentadas com ração feita à base de trevo e alfafa, plantas estas que dependem bastante do trabalho dos polinizadores.
O que é que isto significa para a humanidade como um todo?
Segundo um estudo elaborado pela Universidade de Harvard e pela Universidade de Vermont entitulado “Do pollinators contribute to nutritional health?” (Os polinizadores contribuem para a saúde nutricional?), 56% da população correrá o risco de sofrer de deficiências nutricionais (valores que poderão variar dependendo da dieta local). Poderemos sofrer mudanças dramáticas – desde a variedade e quantidade de alimentos que teremos à nossa disposição até à extinção de espécies de plantas e flores, passando pela redução do número de diversos animais, nomeadamente mamíferos e pássaros.